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Detectores de IA, Autoria Humana e o Valor da Criação Literária

  • Foto do escritor: Cleber de Moraes
    Cleber de Moraes
  • 27 de ago.
  • 3 min de leitura
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Nos últimos anos, a literatura e a tecnologia caminham lado a lado em uma relação de fascínio e desconfiança. Escritores, editores e leitores convivem com uma nova realidade: a presença das inteligências artificiais em processos criativos. Enquanto alguns autores fazem uso desses recursos para acelerar sua escrita, outros preferem manter a pureza artesanal da palavra. Porém, mais curioso ainda é observar quando instituições passam a usar algoritmos para “julgar” a autoria de textos humanos, criando o paradoxo do pseudojuízo automatizado.




O paradoxo da criação


Como escritor da Saga Verde Louro, afirmo sem hesitação: toda a criação é minha.

  • Eu concebo personagens, invento suas personalidades, paixões, ódios e jornadas.

  • Imagino criaturas, monstros, deuses, linhas temporais e reencarnações que se conectam em eras diferentes.

  • Crio batalhas e comandos militares inspirados em minha vivência no airsoft.

  • Escrevo músicas e cantos épicos a partir da minha experiência como músico.

  • Desenvolvo narrativas de aventura, guerra, amor e fantasia baseadas em minha prática como mestre e jogador de RPG, e também em minha própria vida.


Nada disso nasce de algoritmos. Tudo vem da vivência, memória e imaginação humana.


O papel legítimo da IA no meu trabalho


É verdade que utilizo inteligência artificial — mas não para criar mundos, diálogos ou enredos.Assim como autores consagrados sempre contaram com editores humanos para revisar, digitar e ajustar seus textos, eu utilizo ferramentas de IA para correção ortográfica e formatação.Essa transparência está registrada em todos os volumes da Saga Verde Louro: cada livro traz a menção da IA utilizada, com sua versão e finalidade.


A diferença é simples e crucial:


  • IA como apoio técnico (digitação, correção, clareza).

  • Autoria como essência criativa (ideias, mundos, personagens, filosofia).


Confira nesta imagem, onde escrevi da minha mente, sem pensar em corrigir, um texto cru e sem revisão, e simplesmente tenho 87% de plágio / IA.
Confira nesta imagem, onde escrevi da minha mente, sem pensar em corrigir, um texto cru e sem revisão, e simplesmente tenho 87% de plágio / IA.

O problema dos detectores de IA


Como pode ver acima, já realizei testes em detectores de plágio e de “IA”, apenas por curiosidade. Em alguns casos, meus textos foram classificados como 80% ou até 90% escritos por IA. E, no entanto, eram criações originais, palavras nascidas da minha mente e escritas de próprio punho.


Isso acontece porque os algoritmos desses detectores trabalham com métricas estatísticas, perplexidade e burstiness, que avaliam previsibilidade linguística


Meus textos são claros, sem vícios de linguagem, sem cacofonias ou repetições, costumam ser vistos como “IA”, quando, na verdade, podem ser fruto de uma oratória treinada e de anos de prática de escrita.


Reflexão jurídica e ética


A confiança cega nesses sistemas é perigosa.

  • Juridicamente, tais detectores não têm valor como prova. Eles apenas estimam probabilidades e podem gerar falsos positivos graves.

  • Eticamente, transferem para a máquina uma responsabilidade que deveria ser humana: a leitura crítica, a interpretação, o julgamento.


Se escritores usam IA como apoio legítimo em revisão, é incoerente que avaliadores usem IA para invalidar a autenticidade da escrita. Isso não é apenas preguiça, é a abdicação da própria função crítica do ser humano.


Minha defesa como escritor


Deixo registrado, em público e com convicção:


  • Toda a criação da Saga Verde Louro é 100% original e humana.

  • Minhas ferramentas de apoio (IA ou software) são usadas apenas para correções ortográficas, assim como editores sempre fizeram em outras épocas.

  • Se algum detector de IA classificar meus textos como “não humanos”, essa será apenas a prova do paradoxo das máquinas, incapazes de reconhecer quando a disciplina e a experiência humana produzem clareza e consistência.


O que escrevo nasce de mim, de minhas memórias, experiências, estudos e paixões. A IA pode revisar, mas jamais criar em meu lugar.

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